quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Tempo-Memória na Educação

Ana Maria Haddad Baptista

Temporalidades na Educação
O tempo é uma categoria quase insondável. Uma categoria tão misteriosa quanto as camadas mais profundas de nossa existência. A complexidade das temporalidades estão profundamente arraigadas a entrelaçamentos intersubjetivos presentes nas ações humanas. Desvendar os grandes mistérios que o tempo produz equivale a buscar coerência lógica nos fluxos de rios que brotaram, num primeiro instante, nos descaminhos do acaso e da indeterminação. Por mais que determinadas áreas do conhecimento, como por exemplo, a Física, busquem dar uma materialidade e respostas ao mesmo tempo, as respostas que temos na contemporaneidade são cada vez mais incompletas. A memória é um mecanismo tão complexo quanto o tempo. Possui diversos graus de abordagens. Entretanto, seus mistérios, em grande parte, continuam desconhecidos. O tempo-memória, juntos, parecem oferecer possibilidades mais amplas de desvelamento de universos desconhecidos. O tempo e a memória no processo educacional, quer em nível teórico, quer em nível prático, produzem certos espaços de questionamentos que preenchem, em parte, espaço insatisfeitos de reflexões.
O tempo, muitas vezes, assemelha-se a uma serpente que se ergue em espiral e de repente se volta para o chão. Quando somos crianças o tempo, visto de forma retrospectiva, na maturidade, parece que passou de maneira lenta, densa, quase numa permanente imobilidade. A verticalidade do tempo-infância permite, na posteridade, uma análise mais detalhada de temporalidades. O tempo-infância praticamente não possui passado e futuro, no entanto, permanece como uma espécie de memória mais profunda. O tempo-infância se dilata de acordo com nossas evocações, via de regra, repleto de elementos que a imaginação foi construindo.

Obs: Este texto já foi publicado na obra Tempo-Memória na Educação.

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