sexta-feira, 28 de março de 2014

Memória, atemporalidade e eternidade

Ana Maria Haddad Baptista

Jamais a humanidade se conformou, entre outras coisas, com a miserabilidade de sua condição mortal. Transitória. Efêmera. Condição humana. Inescapável. Isso explica, em parte, que deuses e divindades sejam imortais. O homem deseja a qualquer custo a imortalidade. Quando se volta para memórias passadas se encanta por estar diante daquilo que foi. Sente-se feliz em contemplar um passado e, internamente, feliz por estar vivo. Pulsando. Afinal, ainda, quem sabe não se inventa uma fórmula para a humanidade ser eterna? 
Atualmente vê-se discussões quase inúteis. Coloca-se que o mundo virtual não morre! Subjaz a tal tipo de discussões o desejo da imortalidade como se somente o mundo virtual pudesse, supostamente, ser imortal e eternizar. Quanta pretensão descabida e ingênua! 
Pensemos no seguinte: Platão precisou de internet para se tornar um imortal até hoje? E Aristóteles? Dante? Goethe? Madame Curie? E mais centenas de pessoas, de todas as esferas do conhecimento ou não...jamais tiveram acesso à internet para se tornarem referências fundamentais e que se eternizaram ao longo das necessidades humanas.