quinta-feira, 17 de abril de 2014

O que estou relendo? Cem anos de solidão.

Ana Maria Haddad Baptista

A humanidade deveria estar, hoje, mais preocupada. Uma de suas maiores vozes está doente. Muito doente. Uma grande voz com o sério risco de se calar. Gabriel García Márquez. Lembremos com grande grau de lamentação: todas as vezes que os verdadeiros batalhadores por um mundo mais justo se calam...os imbecis batem palmas. Aliviados! 
Cem anos de solidão não somente preencheu vazios existenciais. Cem anos de solidão eternizou uma determinada forma de linguagem. Eternizou uma forma de narrar. Eternizou uma certa realidade que se mistura com elementos de ficcionalidade que somente uma sensibilidade como a do autor colombiano poderia materializar. 
Acima de qualquer coisa Cien Años de Soledad eterniza um conceito de temporalidade que mergulha a humanidade a todo o momento em indagações a respeito da efemeridade de uma vida inteira, ou certas determinações das quais jamais conseguimos escapar, ou o fascínio por certas pessoas e, sobretudo, a grande e absoluta solidão que sempre habitou, habita e habitará a existencialidade humana. E os desumanos, inclusive, não conseguem fugir de tal condição.
Cien Años de Soledad  custaram a Gabi um retiro subjetivo vertical que possibilita  multiplicar ações. Transpor todas as adversidades que impeçam os sonhos de um mundo mais respirável.


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