Universidade Nove de Julho, Letras e Educação como prática da liberdade
Ana Maria Haddad Baptista
Tenho a satisfação,
muito grande, de trabalhar com os alunos de Letras, noturno, segundo semestre,
da Universidade Nove de Julho. Felizmente, além das leituras indicadas por cada
disciplina, há um projeto de leitura que permeia o curso há muitos anos. Em que
consiste tal projeto? Leituras em comum para todo o curso. Tais leituras
possuem, em especial, o objetivo de integrar as disciplinas e formar os
estudantes nos mais diversos aspectos, inclusive, o pedagógico. Os alunos em
referência estavam discutindo a obra fascinante de Paulo Freire: Educação como prática da liberdade. E
quais foram os principais pontos levantados por eles?
1.A questão da
consciência: para Paulo Freire a conscientização de que a humanidade pode
traçar sua própria história é um dos pontos essenciais de sua obra. Compreender
que todos nós somos sujeitos de nossa história, desde que, saibamos em que
medida também somos condicionados por valores que, muitas vezes, são
legitimados por aqueles que fazem de tudo para se manter no poder .
2.A questão da
temporalidade: o homem é um ser temporal. Mergulha no tempo. Possui consciência
de presente, passado e futuro. Difere do animal que vive num tempo praticamente
de presente absoluto. O homem pode planejar sua vida visto que possui dimensões
de temporalidade, logo, de subjetividade.
3. A questão da
cultura: para Paulo Freire todas as dimensões de cultura devem ser respeitadas.
O grande pensador e educador lembra, a todo momento, que a nossa leitura de
mundo precede a leitura da escrita, da linguagem materializada.
Naturalmente muitos
outros pontos foram objetos de discussão entre os alunos se pensarmos,
felizmente, que a obra em questão é riquíssima e um referencial importante para
qualquer educador que, efetivamente, busque, a todo momento, ampliar sua
consciência crítica.
Na minha avaliação,
os meus alunos de Letras, da Universidade Nove de Julho, compreenderam, perfeitamente,
a obra de Paulo Freire. Como sempre, meus alunos, encaram os desafios de
leituras propostos, com bastante disposição, mesmo trabalhando e enfrentando as
dificuldades cotidianas. Nessa medida, parabenizo-os pela leitura que fizeram.
Admiro-os a cada aula. O melhor presente que um estudante pode dar a um
educador é preencher expectativas e, muitas vezes, ultrapassá-las. Abraço a
todos ternurosamente.
Profa.
Ana Haddad ( eterna torcedora do
Coringão, diga-se de passagem, o maior time do planeta, e, ainda: Paulo Freire
era corinthiano!)
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