quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Universidade Nove de Julho, Letras  e Educação como prática da liberdade

Ana Maria Haddad Baptista














Tenho a satisfação, muito grande, de trabalhar com os alunos de Letras, noturno, segundo semestre, da Universidade Nove de Julho. Felizmente, além das leituras indicadas por cada disciplina, há um projeto de leitura que permeia o curso há muitos anos. Em que consiste tal projeto? Leituras em comum para todo o curso. Tais leituras possuem, em especial, o objetivo de integrar as disciplinas e formar os estudantes nos mais diversos aspectos, inclusive, o pedagógico. Os alunos em referência estavam discutindo a obra fascinante de Paulo Freire: Educação como prática da liberdade. E quais foram os principais pontos levantados por eles?

1.A questão da consciência: para Paulo Freire a conscientização de que a humanidade pode traçar sua própria história é um dos pontos essenciais de sua obra. Compreender que todos nós somos sujeitos de nossa história, desde que, saibamos em que medida também somos condicionados por valores que, muitas vezes, são legitimados por aqueles que fazem de tudo para se manter no poder .

2.A questão da temporalidade: o homem é um ser temporal. Mergulha no tempo. Possui consciência de presente, passado e futuro. Difere do animal que vive num tempo praticamente de presente absoluto. O homem pode planejar sua vida visto que possui dimensões de temporalidade, logo, de subjetividade.

3. A questão da cultura: para Paulo Freire todas as dimensões de cultura devem ser respeitadas. O grande pensador e educador lembra, a todo momento, que a nossa leitura de mundo precede a leitura da escrita, da linguagem materializada.
Naturalmente muitos outros pontos foram objetos de discussão entre os alunos se pensarmos, felizmente, que a obra em questão é riquíssima e um referencial importante para qualquer educador que, efetivamente, busque, a todo momento, ampliar sua consciência crítica.
Na minha avaliação, os meus alunos de Letras, da Universidade Nove de Julho, compreenderam, perfeitamente, a obra de Paulo Freire. Como sempre, meus alunos, encaram os desafios de leituras propostos, com bastante disposição, mesmo trabalhando e enfrentando as dificuldades cotidianas. Nessa medida, parabenizo-os pela leitura que fizeram. Admiro-os a cada aula. O melhor presente que um estudante pode dar a um educador é preencher expectativas e, muitas vezes, ultrapassá-las. Abraço a todos ternurosamente.

Profa. Ana Haddad  ( eterna torcedora do Coringão, diga-se de passagem, o maior time do planeta, e, ainda: Paulo Freire era corinthiano!)

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