sexta-feira, 18 de maio de 2018



O prêmio Jabuti e seus filhotes



Ana Maria Haddad Baptista



Denomino filhotes do Jabuti todos aqueles que sustentam a grade que envolve as estratégias do prêmio em referência. Que tal refrescarmos a memória? Homero, Hesíodo,  Dante, Goethe, Machado de Assis e tantos outros, verdadeiros mestres da literatura universal, jamais ganharam o Nobel de literatura.  Muito menos o prêmio Jabuti.
Anunciam-se as novas regras que pretendem "democratizar" a participação ao prêmio. No entanto, os preços de inscrição, tanto para autores independentes como para as editoras, são altíssimos.
E, finalmente, de acordo com as normas impostas deverão premiar projetos de incentivo à leitura. O que significa isso? O que são projetos de incentivo à leitura? Salas de leitura? AH...sim, a muito "em moda" contação de histórias!  Ou estratégias assistenciais que jamais garantem um futuro leitor? Porque leitura não pode ser hábito. Hábito é escovar os dentes, pentear os cabelos, tomar banho e tantos outros.
Leitura, de uma vez por todos, é necessidade:


Aquela que revela nossas insuficiências.
Aquela que revela nossas dissonâncias.
Aquela que revela nossas infelicidades.
Aquela que revela nossas reais incompletudes.

Como capturar um leitor para sempre? Não existem projetos e nem fórmulas. Quem sabe um professor? Aquele que jamais desiste de possibilitar aos estudantes, de todos os níveis e graus, a literatura, infinitamente consistente,  e consiga provar o seu valor? Quem sabe?